Durante uma partida de xadrez, é proibido tocar as peças enquanto se está pensando (pelo menos em torneios oficiais). Mas, e se os jogadores forem deficientes visuais? Bem, aí temos uma exceção a essa regra. Quem pensa que o xadrez só pode ser praticado por pessoas que conseguem enxergar, está enganado. Uma excelente ferramenta de estímulo ao raciocínio dos deficientes visuais é a prática do xadrez. Há até um tabuleiro especial - onde as casas pretas estão em alto relevo e as peças pretas possuem um pino em cima - que permite ao cego fazer com as mãos o que a falta de visão o impede, ou seja, levar ao cérebro toda a informação necessária para que possa fazer os lances. Eu já tive a oportunidade de jogar de olhos vendados, fazendo uso desse tabuleiro, e posso garantir que o desafio se torna incrivelmente mais difícil. Há, no Paraná, deficientes visuais praticantes de xadrez. O Clube de Xadrez de Curitiba, por exemplo, tem realizado nos últimos anos o Campeonato Municipal para Deficientes Visuais. Já nos Jogos Colegiais encerrados na última quarta, em Campo Mourão, a Escola Municipal Heitor Vila Lobbos, de Colombo, foi representada por 14 atletas impossibilitados de enxergar. Dizer que admiro esses enxadristas é previsível demais. Eu preciso é deixar claro que há poucos professores capacitados a ensinar xadrez para pessoas com necessidades especiais. Acima de tudo, o xadrez prova a cada dia que é possível enxergar com as mãos, que servem de instrumentos leais do esforço e da imaginação.
Fonte: Paraná online
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